sábado, 28 de novembro de 2009

Representações sociais dos líderes de opinião sobre os grupos da comunidade

Depois de suas primeiras aproximações na comunidade, contato com os atores e lideres, reconhecimento do espaço, etc, descreva brevemente quais são as representações sociais que tem identificado na sua comunidade. Explique como foram identificadas.

a) Representações sociais que a comunidade tem dos líderes indicados. Essas representações foram identificadas nas entrevistas realizadas, através das falas dos moradores.



b) Representações sociais que os líderes de opinião expressaram sobre a comunidade na reunião. Estas informações foram colhidas na reunião com os líderes de opinião em momentos de socialização e debate.



Como estamos neste processo?

O processo é importante, mostrar o que fazem e como o fazem é fundamental, para organizar, ordenar, planejar, mudar, avaliar, mas também é muito importante saber como vocês estão se sentindo embarcados nesta experiência. Por isso pedimos que desenhem uma paisagem ou escolham e colem uma imagem com uma breve explicação de não mais de 300 palavras contando o que tem sido esses primeiros tempos de trabalho.

Depoimento 01

É gratificante saber que estamos nesse processo de construção com a comunidade para investigar e ter informações a respeito dos seus problemas com objetivo de contribuir para ajudar na problemática. Fico angustiada com as cenas fortes...

O impacto ao vê o sofrimento das pessoas da comunidade, é triste ouvir os relatos e as situações existentes, logo no primeiro momento pensei: “Vou desistir”, mas depois que se começa a realizar as ações se percebe uma esperança de melhorar as condições de vida das pessoas que abusam das drogas e vivem em uma situação de exclusão social.

Há dificuldades, mas a esperança que fica dentro de nós é maior e aí não tem como desistir ou dizer que não vou ajudar! Somos instrumento de mudança e acredito nisso, e é isso que está me estimulando a cada momento reagir para ajudar as pessoas da comunidade, e tenho expectativa que com a nova metodologia que estamos trabalhando vai ser possível. Acredito nisso!

(Membro da equipe SIDIES)

Depoimento 02

Estou entusiasmado e com grandes expectativas. No processo, inicialmente, estive ausente devido a outras demandas da entidade e pessoalmente, vejo a oportunidade de novas aprendizagens. Acredito que, para a Instituição, é um momento único, uma grande oportunidade de qualificação e aperfeiçoamento da intervenção comunitária contribuindo assim para o desenvolvimento da comunidade.

(Membro da equipe SIDIES)

Depoimento 03

Estou muito empolgada com todo esse processo, entusiasmada com essa metodologia de construção coletiva. Vejo também uma oportunidade de olharmos os problemas da comunidade de forma mais sistemática e reflexiva e assim estarmos mais potencializados para contribuir e ajudar.

Para mim, o esforço é maior, pois não participei da formação e desta forma foi preciso me debruçar sobre os materiais (apostilas) e conversar muito com Ricardo e Cleice para ter uma compreensão mais abrangente da proposta. Estou feliz em poder participar de tudo isso e ajudar!

(Membro da equipe SIDIES)

 

3º Passo - Representação que a comunidade tem de seus problemas

Neste passo se descreve qual é a representação social, que os líderes de opinião têm de sua comunidade local. Para desenvolvimento desta parte do diagnóstico, a equipe SIDIES pode realizar dinâmicas com o grupo de líderes entre outras estratégias criativas.


Sugestão:


No primeiro encontro com grupo de líderes e atores sociais realizamos uma chuva de idéias. Cada participante registrou em uma tarjeta os três problemas mais graves observados em sua comunidade. Fizemos um levantamento a partir do material coletado para identificar o problema mais citado e estabelecer uma ordem de importância.


Pense nos problemas que foram identificados pela comunidade e faça um desenho de acordo com a freqüência com que foram mencionados. Colocando num status mais alto, o que foi identificado como o principal e assim sucessivamente, até colocar no nível mais baixo os que foram identificados como menos importantes.


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

2º Passo - Identificação de líderes de opinião: formais e informais

Para identificar os líderes de opinião, ou seja, as pessoas que estão em condições de influir para que as pessoas mudem seu pensamento ou atitude diante de determinados temas. É importante organizar uma tabela com informações sobre os líderes formais e informais identificados:

a) Quem é?

b) Qual é o papel que desempenha na comunidade?

c) Qual a tarefa social pela qual é identificado? Por exemplo: ser organizador, ser colaborador, ter habilidade para o esporte, etc.

d) Como é sua relação com os outros líderes?

e) Estrutura e ideais com que se identifica: igreja, partido político, alguma entidade, grupo jovem.

O resultado deste exercício é um conjunto de nomes e sobrenomes, uma descrição das pessoas, uma rede de pessoas, que são selecionadas por outras e que são vistas como seus nós de rede.



Coloque no papel os nomes das pessoas, organizações, grupos, movimentos sociais, etc que estão formando a REDE.
Orientação:

1 - Quais das pessoas que colocou na sua rede são líderes? Coloque um quadro de cor verde ao redor das pessoas que identificou na sua rede que são líderes formais e um círculo de cor laranja ao redor das pessoas que foram identificadas como líderes informais.

2 - Desenhe setas que saiam de seu projeto até os parceiros (líderes), colocando-as de cor azul com quem tem laço débil e de cor vermelha com quem tem estabelecido laços mais fortes.


Gráfico das relações entre os líderes formais e informais citados nas entrevistas realizadas na área geográfica onde será desenvolvida a ação.

Orientação:

Desenhe os laços que existem entre seus parceiros de acordo com o seguinte esquema: Azul = laço débil; vermelho = laço forte; laranja = não existe laço; verde = não sei se existe laço.


Observação: Essa teia de relação é dinâmica, a cada momento é possível estar mobilizando novos líderes ou pessoas da comunidade que tenham identificação com o trabalho e interesse em participar do processo.

Identificação e registro dos líderes de opinião

São as pessoas mais citadas nas entrevistas. Lista com dados dos líderes de opinião. A última coluna deverá ser preenchida com as falas dos entrevistados a respeito dos líderes indicados.


1º Passo – Identificação e definião dos atores da vida social na comunidade

Trata-se de identificar ou listar, num primeiro momento, o conjunto dos atores que representam a comunidade.

Sugestão de estratégia: Pesquisa na comunidade

Quem você convidaria para fazer um trabalho social na comunidade?

a) Registrar o nome ou apelido, sexo e idade das pessoas que responderam a pesquisa;

b) Nome ou apelido das pessoas indicadas;

c) Por que foram indicadas;

d) Tipo de ator (líder da escola, jovem, líder da igreja, agente comunitário, etc)

A pesquisa na comunidade é apenas uma estratégia das muitas que podem ser utilizadas nesta etapa. Esta etapa é fundamental para elaboração do SIDIES, já que é partir dessa pesquisa que você identificará os atores da vida social da comunidade, as redes formais e informais e o grupo de líderes de opinião, protagonistas do diagnóstico. É importante ter um grupo que relamente represente a diversidade presente na comunidade.

Orientações:

Seja criativo na sua sistematização, pois esse material pode ser usado no trabalho com os líderes de opinião e com a comunidade configurando-se como material dídático e de apresentação da experiência.

1º) Pense na REDE que está formando nesse processo de formação na ação e faça um desenho que mostre qual é a rede atual de seu projeto, seguindo as indicações. Coloque o seu projeto no centro. Desenhe setas que saiam de seu projeto até os parceiros (organizações/grupos e instituições), colocando-as de cor azul com quem tem laços mais leves, de cor vermelha com quem tem estabelecido laços mais fortes e de cor verde quando não são souber se existe laço.



 

Diagnóstico da área de atuação - 1ª Fase

Para o desenvolvimento do SIDIES é imprescindível que se forme uma equipe que estará responsável pela coordenação do processo. Esta pode ser composta por pessoas da comunidade e membros de instituições que estejam apoiando o processo, ou por pessoas que tenham compromisso com a comunidade e desejo de transformação social.



1ª Atividade - A equipe SIDIES deve elaborar um cronograma de atividades. O tempo de aplicação do SIDIES vai depender da capacidade de mobilização da equipe e como esta, na prática, vai pensando e repensando cada etapa. A desenvolvimento desse processo o SIDIES será coordenado pela É fundamental queno desenvolvimento do SIDIES


2ª Atividade - Definição da área de atuação. É preciso inicialmente definir uma área de atuação para assim iniciar identificar os atores da vida social da comunidade e os líderes de opinião (formais e informais).

Imagine que está tirando uma foto da comunidade que definiu para trabalhar e desenhe um mapa de sua comunidade.



Nesta mapeamento é importante destacar espaços formais (escolas, associação de bairro, igrejas, PSF, posto médico, ONG's, órgão públicos, grupos, conselho tutelar, supermercados, mercado, entre outros) e espaços informais (praças, ginásios, clubes, lan house, campinhos, barracas, fiteiros, bares, botecos, casa de moradores da comunidade, parada de ônibus, pontos de risco, enfim, pontos de encontro e referência para comunidade).




Fases de desenvolvimento do SIDIES


O desenvolvimento do SIDIES é composto de 04 fases que tem por objetivo coletar, sistematizar e analisar informações do contexto em que se vai atuar para assim fundamentar a estratégia a ser desenvolvida. É importante, uma vez que se tenha definido o contexto de trabalho comunitário, que se sigam as seguintes fases e passos.

Fase  1 – Construção da representação social da comunidade

 Identificação e definição dos atores da vida social na comunidade

 Identificação de líderes de opinião: formais e informais

 Representação que a comunidade tem de seus problemas

 Análises dos fracassos

 Prognóstico dos atores sociais sobre o sucesso ou fracasso dos projetos já desenvolvidos

Fase 2 – História da comunidade e dados da mesma

 História da comunidade e dados sociológicos

 Composição da população da comunidade

Fase 3 – Construção de um projeto de ação social na comunidade

 Definição dos atores do projeto

 Definição dos temas geradores

 Análise das formas de ancoragem o objetivação

 Análise de formas rituais e mitos

 Identificação e análise dos conflitos

 Elenco das pessoas contatadas

 Redes subjetivas

Fase 4 – Definição da estratégia da ação em prevenção e intervenção

 Sistema de construção da estratégia

 Sistema de correção da estratégia

É importante entender que este processo exige uma organização e sisteamtização das atividades, dos resultados e dificuldades. A equipe SIDIES, a medida, que vai desenvolvendo o trabalho junto a rede de líderes formais e informais identificada, pode avaliar e planejar uma melhor sequência dos passos.

Desenvolvimento do SIDIES

Gerar um processo de trabalho na comunidade que permita incidir no problema das drogas ou a partir da perspectiva da prevenção ou da intervenção, chamado Redução de dano ou tratamento com Base Comunitária, requer algumas premissas básicas:



• Que o problema de drogas ou da exclusão seja considerado, ou seja, pensado e sentido como crítico;


• Que tenham um ou vários “doentes” interessados ou líderes locais interessados no tema;


• Que tenha um território ou zona de trabalho;


• Que se construa no sentido comunitário.


Como instrumento (dispositivo) para elaboração de uma avaliação diagnóstica da comunidade (área geográfica) em que se vai desenvolver o Tratamento Comunitário, temos o SIDIES (sistema de recopilação, sistematização, análise da informação e elaboração da estratégia).


O sistema de diagnóstico estratégico oferece-nos um conjunto de passos organizados para que os líderes ou operadores da comunidade possam recopilar diferentes dados e com eles poder gerar o trabalho e reflexão com os líderes da comunidade para que desenhem aas estratégias mais adequadas, conheçam-se, estreitem seus laços e possam trabalhar para mudar os problemas da comunidade.




Roda de diálogo com líderes do bairro Maio Andreazza - Bayeux - PB

Tratamento Comunitário - Conceitos

Tratamento Comunitário é um conjunto de ações, instrumentos e práticas organizadas em um processo que tem como finalidade a melhoria das condições de vida das pessoas que abusam de drogas e vivem em uma situação de exclusão social grave e a melhoria das condições de vida na comunidade local na qual se trabalha.

O adjetivo comunitário evidencia como esse processo se faz na comunidade local, junto com a comunidade local e por meio da comunidade local. Pode-se dizer que se trata de uma aproximação na qual a institucionalização do “paciente” não é necessária.

Quando se fala de comunidade, na sua mais simples definição referimo-nos a um território delimitado pelos confins geográficos e motivado por um conjunto de redes sociais (que contribuem também em definir as fronteiras deste território).

Por exclusão social grave referimo-nos a contextos de extrema pobreza, baixo nível escolar, sem ocupação ou trabalho e com precárias formas de auto-sustentabilidade (trabalho ocasional, mal pago, à margem da legalidade), exposição à violência grave física e psicológica, vida na rua e de rua, exploração sexual, a doenças transmitidas pela via sexual, ao HIV-AIDS, deslocamentos e migrações forçadas, impossibilidade de acesso aos serviços básicos de saúde, educação, segurança e proteção social.

O abuso de drogas é, para nós, só uma das possíveis portas de entrada nos contextos de sofrimento social, psicológico, físico, cultural. Focalizar no abuso de drogas é a conseqüência de um caminho de investigação experimentação iniciado em 1989. Na atualidade, as portas de entrada na exclusão social grave são: abuso de drogas e álcool, HIV-AIDS, DST, vida na rua, pobreza e violência extrema.

Neste blog estaremos socializando uma experiência em que a metodologia do Tratamento Comunitário está sendo desenvolvida em uma comunidade do município de Bayeux caracterizada por várias situações de risco social.

Centro de Formação em Tratamento Comunitário – Brasil

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Recuperando dimensões de um contexto

Bayeux, cidade circunvizinha a capital do estado (João Pessoa), tem uma área de 27 Km2 e uma população de aproximadamente 93.000, distribuída em 14 bairros e várias áreas periféricas. Quase 50% da sua população reside em domicílios localizados em áreas periféricas sem as condições básicas de infraestrutura e saneamento, somando um total de 21 favelas no Município.

Pesquisa realizada pela Secretaria do Trabalho e Promoção Social da Prefeitura de João Pessoa - SETRAPS , mostra que 72,88% das crianças de rua em João Pessoa, são oriundas das cidades de Bayeux e Santa Rita. Exatamente das áreas periféricas, onde se vive em maior pobreza.

O Conjunto Mário Andreazza, se caracteriza como sendo o maior bairro da cidade de Bayeux com uma população de aproximadamente 30.000 habitantes. Foi criado em 1986 para abrigar ocupantes de prédios públicos e de áreas de risco da grande João Pessoa. Apesar do tempo de existência, só recentemente sua população teve acesso a água tratada e a energia elétrica da rede oficial, não dispondo ainda de saneamento básico e pavimentação.

A luta pela sobrevivência é outro grande desafio para a população. Grande parte encontra-se desempregada. Os que têm trabalho, vivem do subemprego (atividades informais) ou desenvolvem atividades formais cuja característica é a baixa renda. Esses fatores expulsa crianças e adolescentes das escolas, encaminhando-as prematuramente ao trabalho.

A violência, a marginalidade e o alto índice de envolvimento com as drogas, é uma das principais conseqüências dessa situação de pobreza. Desprovidas de direitos básicos como alimentação, educação, lazer, e/ou de afeto e cuidado causados pela ausência de vínculos e laços familiares, as crianças e adolescentes tornam-se mais vulneráveis.