quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

6º Passo - História da Comunidade

1) Queremos saber a história da comunidade!!

Escreva em formato de conto começando com “Era uma vez...” a historia da sua comunidade. Não esqueça de colocar todos os dados que considere importantes. Por exemplo: como a comunidade surgiu, quem eram os primeiros moradores e como chegaram, quais foram as principais fonte de emprego e renda dos moradores, quais serviços foram construídos, como era a vida social da comunidade, qual era a situação política quando surgiu, como ela se constituiu, etc. Tudo o que vocês acharem importante especificar!!


ORIGENS DO MUTIRÃO


O tempo era a década de 80; o lugar era o estado da Paraíba; o problema era um grande número de famílias carentes, desabrigadas, provenientes de favelas da grande João Pessoa castigadas pelas chuvas, que precisavam de moradia; o acontecido era a doação de terrenos pelo governo do estado às famílias a fim de “resolver” essa situação.


As famílias tinham um sonho: a casa própria; o governo tinha, naquela situação, uma boa oportunidade de desenvolver políticas assistencialistas e populistas e se promover à custa das necessidades da população mais carente. O terreno a ser doado era uma extensa área localizada na parte oeste do município de Bayeux, longe de tudo... Era essa a promessa de tempos melhores para os futuros moradores. Um local que também serviria de depósito, para onde seriam destinadas famílias inteiras.






Veio à assistência social cadastrou todo mundo e o estabelecido era que as pessoas trabalhariam com horas computadas, cada família teria que completar 780 horas para ter direito a participar do sorteio das casas construídas, trabalhando em regime de MUTIRÃO.


Na prática, essa conta era desumana, principalmente, para as mulheres, mães de famílias, muitas sem companheiros, trabalhadores e trabalhadoras que durante a semana precisavam ganhar o sustento da sua família, enfim, o povo aceitou o desafio, transformaram-se em trabalhadores da construção civil e contribuíram para obra com a força do seu trabalho.


Muitos concluíam a carga horária exigida e permaneciam no local trabalhando para ajudar outras famílias. A comida era feita em uma cozinha improvisada, comunitária e servida para todos/as. Pois é, deram lição de cidadania ao governo e começaram exigir:


_ Queremos uma creche para nossas crianças!


_ Queremos escola!


A realidade era cruel, o trabalho duro na construção levou muitos trabalhadores à exaustão, vários acidentes foram registrados, desmaios, mulheres grávidas deixavam a obra passando mal e vários abortos ocorreram por causa do excesso de trabalho.


Enfim, a primeira etapa foi concluída e, mesmo sem um sistema de abastecimento de água e saneamento básico, as famílias passaram a residir e reinventar aquele espaço que a partir de então seria a sua comunidade.


Algumas iniciativas do governo foram implantadas com objetivo de integrar a comunidade: a horta comunitária, de onde por alguns anos muitas famílias retiraram o seu sustento, cultivando legumes e hortaliças, a fábrica de móveis, onde também eram oferecidos cursos de marcenaria, fábrica de doce, fábrica de costura e um aviário que funcionou por pouco tempo.


Faltou um planejamento mais sistemático por parte do poder público, com o passar dos anos houve um crescimento populacional intenso na área que agora é conhecida como A CIDADE MARIO ANDREAZZA.


Ao contrário de muitas histórias, essa não tem um final feliz. Hoje o Conjunto Mario Andreazza é o bairro mais populoso da cidade, carente de serviços básicos de assistência e qualidade de vida para os/as moradores/as, com áreas de ocupação onde essas carências são ainda mais gritantes.

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